O objetivo era usar a
prova como laboratório para desenvolvimento de uma nova versão do 4×4 para uso
esportivo off-road, mas a Equipe Suzuki foi além. Subiu ao pódio em 5º. lugar
na categoria e surpreendeu o público e a concorrência. O Jimny ficou mais rápido,
fácil de guiar e ainda mais confiável.
A Equipe Suzuki encerrou sua segunda participação no Rally dos Sertões com bons motivos para comemorar. A meta de usar um dos maiores desafios off-road do mundo como laboratório de testes para aprimorar uma versão do Jimny para uso esportivo off-road foi superada. A equipe ainda conquistou um pódio, com a dupla Luiz Razia/Luis Felipe Eckel, 5º. lugar na categoria Super Prodution, que conta com carros mais preparados e potentes, e 16ª. posição na geral, entre os 40 carros que largaram de Goiânia. A outra dupla, Marcelo Mendes/Breno Rezende chegou logo atrás, com a 6ª. posição. Essa foi a segunda participação do Jimny na prova, encerrada sábado, com a chegada em Foz do Iguaçu (PR), após 2.917 km de desafios.
Ano passado o Jimny fez sua estreia na prova, na categoria Prodution,
que conta com carros praticamente originais e também foi ao pódio, com o 5º.
lugar. Esse ano, os carros foram com uma configuração diferente. A suspensão
evoluiu, permitindo maiores regulagens, que deixaram o carro mais fácil de
guiar e melhor de chão. O Jimny também ganhou barra estabilizadora regulável na
traseira, freio a disco nas quatro rodas com balança reguladora de pressão
dianteira / traseira.
Essas modificações foram
duramente testadas durante o percurso de 2.917 km do Rally dos Sertões e a
constatação é que o Jimny tornou-se mais rápido, fácil de pilotar e com mais
confiabilidade em pisos acidentados, como pedras, buracos, grandes saltos.
“Esperávamos bons resultados em função dos treinos que realizamos antes da
prova, mas não tínhamos o comparativo com outros concorrentes. Por isso, o
Rally dos Sertões funcionou como laboratório. Fazendo um balanço, sinceramente
nos surpreendeu o quanto o carro melhorou em vários aspectos. O resultado foi
mais do que esperávamos, pois nosso foco não era a competição, inclusive
estávamos numa categoria de carros muito mais fortes, com motorização de até
350 cv e mais preparados, enquanto o Jimny conta com motorização de 89 cv. As
quebras também foram poucas, ocasionadas por acidentes normais de rali”,
analisa Rogerio Palmegiano, chefe de equipe.
A Equipe Suzuki
também aproveitou a prova para testar novos compostos de pneus, em parceria com
a Pirelli e gostou do resultado. “Os testes com os novos pneus Pirelli ATR
foram muito produtivos. Usamos esse composto em quatro especiais, de cerca de
150 a 260 km, e eles se comportaram super bem, com pouco desgaste e muita durabilidade em pisos acidentados. O nosso índice de pneus furados foi
zero”, destaca Palmegiano.
Outro ponto a ser destacado foi a curiosidade que o Jimny despertou.
Antes mesmo da largada, no Autódromo de Goiânia, onde ficou concentrada a base
do Sertões, os Jimnys já chamavam a atenção, que se intensificou após o
prologo, que definiu a ordem de largada. Pela primeira vez os carros
classificaram num circuito de asfalto, numa disputa dois a dois. E as duplas da
Suzuki fizeram uma disputa sensacional, cruzando a linha de chegada lado a
lado, levantando o público da arquibancada e cujo resultado teve de ser confirmado pela fotocélula.
“Em Goiânia algumas pessoas vinham conhecer o carro, que chama a atenção
por ser bem colorido. Depois do prólogo então, várias pessoas vieram no
nosso boxe, faziam perguntas, queriam ver de perto. E no decorrer do rally, os
outros competidores se interessavam em saber sobre as modificações feitas,
comentavam como os Jimnys estão andando bem”, conta Vinicius Oliveira, chefe de
logística da equipe.
O time
A equipe contou com 11 pessoas, a maioria com grande experiência em competições
off-road. Das duplas que conduziram os Jimnys, a grande surpresa foi o baiano
Luiz Razia, 26 anos, piloto que veio das pistas, com passagens pela F-1 e
F-Indy Lights, que fez sua estreia no Rally dos Sertões em grande estilo, ao
lado do experiente navegador Luis Felipe Eckel, natural de São Bento do Sul
(SC). Na primeira participação já subiu ao pódio, com o 5º. lugar na categoria
e 16º. na geral. A dupla realizou uma prova limpa, sem nenhuma penalização. Das
40 duplas que largaram, apenas três passaram sem penalizações.
Razia, que adorou a “aventura”, conta um pouco como foi sua experiência.
“Para mim, como já tinha andado na terra quando comecei no automobilismo, não
estranhei muito a mudança de asfalto para terra. Mas andar com um navegador
realmente foi muito novo. O Eckel é um super navegador, me deu todas as
instruções, chamava minha atenção para vários detalhes visando preservar o
carro. Foi muito diferente. É como se tivesse alguém me julgando ali do lado e
apontando meus próprios erros o tempo todo. Mas eu fui um piloto bem comportado
e com o passar dos dias entramos em uma sintonia muito legal. Essa também foi a
primeira vez que andei mesmo com um 4×4 e acho que peguei a mão fácil. É melhor
o 4×4 do que o 4×2, porque consigo controlar muito mais o carro em situações de
emergência. Os saltos foram novidades bacanas, não tinha tido essa experiência
de ficar saltando com o carro.
Sobre o Jimny , Razia
opinou: “O carro evoluiu bastante em freios, suspensão, principalmente nos
saltos. Andamos rápido e tivemos poucas quebras. Vale ressaltar que subimos de
categoria, com carros bem mais fortes do que o nosso e ainda assim conseguimos
um pódio. Isso foi fundamental para mostrar a real evolução do Jimny. Houve
muito interesse de várias pessoas que estavam lá. Para mim foi um prazer estar
representando a Suzuki e ter superado o objetivo que nos propomos. Essa
experiência toda foi muito prazerosa”.
Seu navegador, o
experiente Luis Felipe Eckel, 24 anos, seis participações no Sertões (2010,
2011, 2012, 2013 e 2014, 2015) e duas vitórias: 2011 na categoria Production-T2
e 2013 na categoria Pró-Brasil, falou da experiência em conduzir um piloto
estreante que veio das pistas.
“Foi ótima! Ele pegou o jeito da prova e do carro muito rápido e logo entrou no
espírito do rali. Saiu tudo melhor do que o planejado, porque além de
desenvolver bem o carro, ainda conseguimos pegar um pódio, que nem estava nos
planos no começo. A equipe trabalhou muito bem.
Sobre a prova, Eckel
descreve. “Foi bem diferente do que estávamos acostumados, já que fomos para o
Sul. Então o maior desafio para todos era entender o estilo da prova: terreno,
muitos saltos, lombas, acho que foi o Sertões que teve mais lombas da história!.
Assim, a suspensão do carro foi muito exigida e todos tiveram de se adaptar.
Mas para nós foi ótimo. Muitos ficaram surpresos com os resultados que
estávamos conseguindo e vinham perguntar: Como vocês estão conseguindo andar
tanto com esse carro? É que a maioria das pessoas pensam que o Jimny, por ser
pequeno, não vai aguentar. Então a galera ficou bem surpresa!. Também
encontramos muitos apaixonados pela marca. O Jimny tem fãs clubes, muitos
aficionados e pessoas que faziam contato pelas redes sociais querendo
informações. Acho que é um carro que tem tudo para dar certo”.
A outra dupla da
Suzuki, os mineiros de Juiz de Fora (MG), Marcelo Mendes/Breno Rezende,
chegaram logo atrás dos companheiros, com o 6º. lugar na categoria e 26º. na
geral. Ambos estavam andando parelhos, mas um problema na etapa Maratona tirou as
chances da dupla de brigar pelo pódio. Marcelo, 29 anos, fez sua segunda
participação na prova com a Suzuki. Ano passado ele subiu ao pódio com o 5º.
lugar na categoria Prodution, ao lado de Eckel. Esse ano, estreou Breno, seu
navegador e parceiro de 10 anos em provas de rali.
“Esse ano nossos Jimnys tiveram uma melhora muito grande comparado com o
ano passado. A suspensão do carro ficou impressionante! A gente conseguia andar
rápido nos saltos e olha que tinham muitos saltos. Como eu andei em 2014 e esse
ano, é sensível a evolução. Esse ano estávamos disputando com carros muito mais fortes, então na parte lisa não tinha como andar com eles, mas nos
trechos travados e lombas a gente conseguia andar junto ou melhor do que eles.
A avaliação sobre o Jimny foi muito positiva. Os concorrentes ficaram
impressionados com a melhora, ninguém acreditava que fôssemos andar do jeito
que andamos. Claro que sempre tem muitas coisas para aperfeiçoar, mas o Sertões
serviu para isso mesmo: um laboratório para continuarmos o desenvolvimento
desse carro. A equipe funcionou muito bem, formamos uma família, todos
entrosados a prova inteira, um ajudando o outro. O Razia chegou agora e foi
100%, uma pessoa que estava sempre de bom humor com todos, ajudando, foi bem
legal a entrada dele para o time”, analisou Marcelo.
Seu navegador, Breno Rezende, 33 anos, que fez sua terceira participação
na prova, falou da realização de um sonho. “Correr com o Marcelo no Sertões foi
muito bom. Somos parceiros há 10 anos em várias provas, mas nunca andamos
juntos no Sertões, apesar de ter esse plano. Realizamos nosso sonho, a equipe
foi perfeita e esperamos continuar essa parceria com a Suzuki por muito tempo.
Quanto ao Jimny, me surpreendeu muito, um carro com a suspensão excelente. Acho
que a performance surpreendeu a todos, tanto nós da equipe e principalmente os
outros competidores. Foi unanimidade a melhora do carro, todos comentando como
o Jimny estava andando bem e é resistente. Infelizmente tivemos dois problemas
que tiraram nossas chances de um resultado melhor, mas por três vezes
conseguimos andar entre os 20 primeiros da geral. Enfim toda a equipe está de
parabéns. Agradeço muito a oportunidade de fazer parte desse time!”, comentou.
Via: Cross Brasil
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